Da transmutação,
do encontro dos seres,
nasce um novo ser.
Do suor, do fogo,
das pedras abuelas.
No ventre da Mãe Terra
encontramos a escuridão
que nos permite ascender à luz.
Pedimos perdão
pelo sofrimento causado
aos outros seres,
pela ignorância e soberba humana,
pelo desrespeito à vida.
Que possamos transmutar
a dor animal
a tristeza vegetal
para fazer ecoar o canto sagrado.
Que esse tambor,
que surge do encontro
do humano, do animal e do vegetal,
seja instrumento de união e paz,
de re-ligação com o esquecido divino
que habita em cada ser
e circula entre nós.
Que a voz dos ancestrais
ressoe em cada toque,
e que a cada celebração
a sombra humana da dominação
morra um pouco mais
e se ilumine na entrega
a todos os seres.
Quatro Barras (PR), novembro de 2016.
Poesia e imagens por Michele Torinelli.